Quando todos formos velhos, quando todos nos arrastarmos, então sairão raízes de nossos pés e seremos as grandes árvores do Paraíso (na Terra). Itamaracá, alguma data entre 2014/15, mas com gostinho de abril. SEMPRE TIVE VONTADE de ignorar mais que completamente as pessoas, mas houve um tempo em que eu achava isso um absurdo, pois eu era criança… Fim de tarde. Brisa. Calçada baixa. Rua pouco movimentada. Sentado. Na calçada. Encolhido em minhas pernas magras e a mente num mundo muito longe daqui. Um senhor doze vezes mais velho do que eu se arrastando e apoiando-se em sua bengala luxuosa e um chapéu na cabeça do tipo que os italianos gostam de usar. – Pensando na vida, meu filho? − Qual a pessoa que não pensa na vida, senhor? − Apenas pensei e da mesma forma que se achegara, arrastou as pernas para ir embora de mim subindo a rua e sorrindo tanto quanto eu com as linhas que desenhavam o seu corpo esculpido pelo tempo. Digressão : Depois que...
O que acontece aqui permanece para sempre...