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Quando deixamos de ser bintu: variações linguísticas na formação do português brasileiro

A variação linguística do português brasileiro
é tão grande quanto a nossa cultura.
Segundo Fromkin, Rodman & Hyams (2003), de acordo com certa tradição na África, quando uma criança nasce, ela é considerada kintu (do bantu: “coisa”; plural: bintu), não muntu (“ser humano”). Apenas mais tarde, com a aquisição da língua, tornar-se-á um “ser humano”, segundo as crenças dessa tradição. Isaiah Negedu, do Departamento de Filosofia da Federal University Lafia (Nasarawa State), identifica as mesmas crenças no estudo das categorias da Filosofia Africana, com algumas variáveis de acordo com o povo e relata o quão importante é a língua para esses povos.

A língua é uma exclusividade humana. Segundo a obra An Introduction to Language (Id.), não importa o que as pessoas façam (jogar, lutar, amar, construir carros, etc.), quando se encontram, elas falam. Para estes autores, isso é o que também nos diferencia dos animais: “A posse da língua, talvez mais do que qualquer outro atributo, distingue humanos de outros animais.” (Id., p. 3, tradução nossa) E ao apropriar-se dessa particularidade que é a língua, o homem a modifica por vários motivos que analisaremos juntamente à formação do português brasileiro, seu ensino e a questão do dialeto brasileiro.

A variação linguística é um fenômeno que ocorre em toda língua viva, isto é, toda aquela que está em uso. Até mesmo línguas como o latim, por muitos considerada língua morta, está em constante reinvenção à medida que novos termos são criados e os existentes se modificam, seja no âmbito acadêmico, religioso, político, jurisprudente etc. Uma língua que está em uso está também em constante mutação sob efeito do tempo, do espaço e do meio, entre outros fatores. Essas mutações, que chamamos de variações, são ao menos três: social (ou: diastrática), geográfica (ou: diatópica) e cronológica (ou: diacrônica, também chamada histórica).

No que concerne a variação linguística social, diz-se daquela na qual a língua oscila sob influência da comunidade que a fala. Variação geográfica é quando a língua se altera conforme a localização, o espaço no qual que é falada. A variação cronológica, quando se modifica através do tempo. Observe o excerto abaixo, extraído do Compendio das Metamorphoses de Ovidio:
Licaon Principe de Arcadia naʃceo de ʃangue dos Gigantes: elle era taõ cruel, que fazia matar a todos o que ʃe recolhiaõ no ʃeu Palacio: Jupiter foi disfarçado em figura de homem, e vendo que o tratou com carne humana, abrazou a casa deʃte tirano, e o transformou em Lobo. (REGO, 1772, p. 6)
A língua portuguesa sofreu inúmeras variações ao longo de sua formação, como pode ser visto na citação acima sobre o mito grego de Licaão (ou: Licaonte). Ainda hoje, essas variações continuam a acontecer no português brasileiro, cujas diferenças são notadas ao lermos obras de longa data, ao falarmos com pessoas de diferentes regiões do país e de diferentes meios sociais. Um mesmo evento pode, assim, ser narrado de diferentes formas por diferentes pessoas falantes de uma mesma língua padrão - o português brasileiro.

Em 1964, Einar Haugen (1966, p. 922, tradução nossa), em seus estudos sociolinguistas, já perguntava: “‘Quantas línguas existem no mundo?’ Ou ‘Quantos dialetos existem neste país?’” Em seu artigo, o autor afirma que não havia resposta para essas perguntas, pois as línguas e os dialetos ainda não haviam sido estudados e descritos adequadamente. Haugen (Ibid., tradução nossa), diz que “Os linguistas não hesitam em se referir à língua francesa como um dialeto do Romance.” Portanto, o que vêm a ser língua e dialeto?

O dicionário Oxford (OUP, 2006, p. 510, tradução nossa) define assim:
language · n. 1 the means of human communication, consisting of the use of spoken or written words in a structured way. 2 the system of communication used by a particular community or country. 3 a particular style of speaking or writing: legal language. 4 a system of symbols and rules for writing computer programs.
língua · n. 1 os meios de comunicação humana, consistindo no uso de palavras faladas ou escritas de um modo estruturado. 2 o sistema de comunicação usado por uma comunidade em particular ou país. 3 um estilo particular de oratória ou de escrita: língua jurídica. 4 um sistema de símbolos e regras para programas de computador.
E também (Id., p. 244, tradução nossa):
dialect /dy-uh-lekt/ · n. a form of a language used in a particular region: Yorkshire dialect.
dialeto · n. Uma forma de linguagem utilizada numa região particular: dialeto de Yorkshire.
As primeiras menções do Oxford English Dictionary (OED) às palavras língua e dialeto são, respectivamente, de 1290 e 1579:  “With men pat onder-stoden hire langage” e  “certain Hebrue dialectes” (HAUGEN, 1966, p. 922). O excesso de definições do OED sobre o verbete language e as variadas tentativas de explicações na área da linguística mostram que os estudos que Haugen (1966) já discutia na década de 1960 ainda não foram conclusivos. Sobre o item dialect, por outro lado, o OED dá uma explicação mais objetiva, como se o entendimento sobre dialetos já houvesse chegado ao seu ponto final.
Língua e dialeto são termos que apresentam certa ambiguidade de sentido, o que torna difícil seu entendimento. Não há consenso universal sobre os critérios usados para distingui-los, embora exista um número de paradigmas que se torna, às vezes, resultados contraditórios. Língua e dialeto são duas denominações que se aplicam a aspectos diferentes, mas não opostos, do fenômeno extremamente complexo que é a comunicação humana. (MANÉ, 2012, p. 40)
Mané (Id.), que também cita Haugen (1966; 1972) aponta ainda para a questão dos preconceitos linguísticos quando dada certas definições dicotômicas para língua e dialeto. Por descrever uma variedade da língua, “Dialeto, muitas vezes, sugere a fala informal, a fala de grupos de classe baixa ou oriundos de área rural … […] passa a ser uma linguagem excluída de uma sociedade de hábitos linguísticos ditos ‘polidos’.” (MANÉ, 2012, p. 43) Nesse sentido, língua assume uma posição superior ao dialeto, uma vez que essa definição dicotômica hierarquiza o instrumento da comunicação humana.

O que dizer do português falado no Brasil? De acordo com Fishman (1971 apud MANÉ, 2012), as variações geográficas são o que chamamos de dialeto. Assim, visto que dialeto vem a ser as variações de um código comum (o português como idioma nacional), podemos falar de dialeto carioca, sulista, mineiro etc.

O mesmo autor alerta ainda para um terceiro termo: o sotaque, do inglês accent:
O sentido técnico de sotaque é a maneira de pronúncia. Nesse sentido, acredita-se que cada um fala com um sotaque, pois é impossível pronunciar as palavras da mesma maneira. A noção de sotaque refere-se à maneira pela qual um falante pronuncia, e, portanto, refere-se a uma variedade que é foneticamente e/ou fonologicamente diferente das outras. Por outro lado, “dialeto” refere-se a variedades que são gramaticalmente (e talvez lexicalmente) assim como fonologicamente diferentes das outras (LAUER, 1994, p. 55). (Id., p. 42-43)
Também não poderíamos dizer que o português brasileiro seria um dialeto do português de Portugal, pois “São bem conhecidas as diferenças que afastam, na fonologia, o português do Brasil e o português de Portugal.” (CASTRO, 1983, p. 81) Segundo Bagno (2002), as línguas faladas em Portugal e no Brasil já não são mais as mesmas. Os brasileiros não querem construir, com sua a língua, a identidade dos portugueses e vice-versa, o que torna as designações “português brasileiro” e “português de Portugal” apropriadas. Mas o reconhecimento dessa diferença ainda está longe de nossa realidade, pois “o espírito colonial ainda é muito forte em nossa sociedade no que diz respeito às questões linguísticas” (BAGNO, 2002, p. 88). Se observarmos os meios de comunicação e até mesmo os manuais de nossa língua, notaremos a língua ‘conservadora e inflexível’ presa a concepções arcaicas. O linguista defende que, em vez de lutar contra a “ruína” e a “corrupção”, os profissionais de comunicação se inteirassem do português brasileiro abandonando o velho “folclore linguístico, que não resiste à análise empírica” (Ibid.).

Retornando à variação linguística no Brasil, sua valorização e ensino é protegida pelos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental (BRASIL, SEF, 1997, p. 33):
  • utilizar diferentes registros, inclusive os mais formais da variedade lingüística valorizada socialmente, sabendo adequá-los às circunstâncias da situação comunicativa de que participam;
  • conhecer e respeitar as diferentes variedades lingüísticas do português falado;
O documento reforça que não é dever da escola ensinar a linguagem oral com o intuito de evitar o “erro” na linguagem escrita e, assim como Mané (2012), aponta para o risco do preconceito linguístico, para que não se repita:
Quando o fez, foi de maneira inadequada: tentou corrigir a fala “errada” dos alunos — por não ser coincidente com a variedade lingüística de prestígio social —, com a esperança de evitar que escrevessem errado. Reforçou assim o preconceito contra aqueles que falam diferente da variedade prestigiada. (BRASIL, SEF, 1997, p. 33)
A língua portuguesa é uma unidade que se constitui de diversas variações. “Embora no Brasil haja relativa unidade lingüística e apenas uma língua nacional, notam-se diferenças de pronúncia, de emprego de palavras, de morfologia e de construções sintáticas” (BRASIL, SEF, 1998, p. 29) que precisam ser valorizadas e abordadas sem preconceitos linguísticos na escola, onde o aluno poderá aprender a ler fluentemente, se expressar em sua própria variação “sabendo adequá-[la] às circunstâncias da situação comunicativa de que participam” (BRASIL, SEF, 1997, p. 33, colchetes inseridos).

Os PCN de Língua Portuguesa: Terceiro e Quarto Ciclos do Ensino Fundamental (BRASIL, SEF, 1998, p. 29) afirmam que, numa sociedade movimentada como a brasileira, “o que se identifica é um intenso fenômeno de mescla lingüística, isto é, em um mesmo espaço social convivem mescladas diferentes variedades lingüísticas, geralmente associadas a diferentes valores sociais.” Essa variedade linguística também aparece na formação do português do Brasil, que basicamente tem raízes europeias (português de Portugal), africanas e ameríndias.

Renato Mendonça (2012), em sua obra A influência africana no português do Brasil, ainda que considerando o português brasileiro um dialeto, discorre sobre a influência das línguas africanas na formação da nossa língua analisando as seguintes alterações fonéticas:
  • Vocalização: o fonema linguopalatal lh é substituído pelo y (muyé);
  • Assimilação: o fonema j passa para o sibilante z (Zezús, Zosé);
  • Dissimilação: nego, alegue;
  • Aférese: tá, ocê, cabá, Bastião;
  • Apócope: em l e r finais (generá, cafezá, esquecê);
  • Metátese: transposição do e prostético da sílaba es (sikova, supoleta);
  • Rotacismo: “A inexistência do r nas línguas bantu originou a substituição do r forte português pela linguodental l ou o seu abrandamento em r fraco” (p. 83) (lapassi, calo);
  • Suarabacti: Culáudio, Quelemente, fulô.
  • Redução: chêro, pêxe, bêjo.
Mendonça (2012) também fala sobre as influências morfológicas (as casa, os caminho, aquelas hora). O gerúndio perde o d nas desinências (andano, fazeno, veno, caíno). Algumas locuções foram introduzidas (angu-caroço, bodum-azedo, azeite-de-dendê) e expressões folclóricas (virou-agó = deu em nada).

“A contribuição do negro é opulenta no folclore brasileiro. O léxico brasileiro apresenta uma cópia dos vocábulos africanos a qual não é tão desprezível como a têm pintado.” (MENDONÇA, p. 87) Para o autor, foi apenas a partir do século XIX, quando o índio praticamente desapareceu do cenário do país, que o fator africano passou a atuar indelevelmente. De fato, as línguas africanas tiveram mais influência na formação do português do Brasil do que as demais línguas com as quais tivemos contato desde a Colonização.

Ainda assim, também tivemos a influência de quase 200 línguas indígenas, frequentemente qualificadas como “primitivas” ou “exóticas”. Lucy Seky (Impulso n.º 27, p. 234), em seu artigo Línguas indígenas do Brasil no limiar do século XXI, afirma que “como qualquer outra das cerca de seis mil línguas naturais existentes, as línguas indígenas são organizadas segundo princípios gerais comuns e constituem manifestações da capacidade humana da linguagem.” Estima-se que cerca de mil línguas se perderam em consequência do desaparecimento de seus falantes por causa das epidemias, escravização, extermínios etc.
[…] a relevância das línguas indígenas e sua pesquisa fica evidente diante da consideração de que a lingüística busca compreender a natureza da linguagem humana, fenômeno que se caracteriza pela unidade na diversidade, manifestando-se em cada língua de forma particular e única. Assim, o estudo das diferentes manifestações é importante para o conhecimento da linguagem humana (Id., p. 245)
Do ponto de vista social, muitos linguistas se preocupam com o aspecto social do estudo de línguas indígenas colocando “a necessidade de estudar as línguas minoritárias tendo em vista contribuir para auxiliar as comunidades que assim o desejarem no sentido de preservar e/ou revitalizar suas línguas e sistemas de conhecimentos” (Id., p. 246)

Deve ser missão da escola e da comunidade preservar a língua e suas variações permitindo que possamos deixar de ser bintu (“coisas”) e despertar o muntu (“ser humano”), ou, conforme a Filosofia Africana, “força inteligente” que existe em cada um de nós através da aquisição e bom uso da linguagem em suas diversas situações.

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Artigo apresentado à Prof.ª Doutora Ângela Torres para a disciplina de Língua Portuguesa V: Português Histórico, no 5º período do curso de Letras (FAFIRE/PE).

Referências

BAGNO, Marcos. Brasil e Portugal já falam duas línguas diferentes. Revista Galilleu, Set. 2002.
BERLINCK, Rosane de Andrade. Como o ensino vê a variação? Revista InterteXto. Vol. 5, n.º 1, 2012.
BRASIL; SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa. Brasília: SEF, 1997.
______. Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental. Brasília: SEF, 1998.
CASTRO, Yeda Pessoa. Das línguas africanas ao português brasileiro. Afro-Ásia, 14, 1983, p. 81-106.
FROMKIN, Victoria; RODMAN, Robert; HYAMNS, Nina. The Nature os Human Language. In: An Introduction to Language. 7. ed. Bostom: Wadsworth, 2003.
HAUGEN, Einar. Dialect, Language, Nation. Cambridge: Harvard University, 1966, p. 922-935.
MANÉ, Djiby. As concepções de língua e dialeto e o preconceito sociolinguístico. Via Litterae, Anápolis. Vol. 4, n.º 1, Jan./Jun. 2012, p. 39-51.
MENDONÇA, Renato. Influência africana no português. In: A influência africana no português do Brasil. Brasília: FUNAG, 2012, p. 75-87.
NEGEDU, Isaiah Aduojo. Beyond the four categories of African philosophy. International Journal of African Society Cultures and Traditions. Vol. 2, n.º 3, Dec. 2014, p. 10-19.
OXFORD UNIVERSITY PRESS. Oxford Dictionary of Current English. 4. ed. Oxford: OUP, 2006.
REGO, Jose’ Antonio da Silva. Compendio das metamorphoses de Ovidio com huma suscinta e methodica explicac,am a cada fabula, para instrucc,am dos meninos da eʃcola. Lisboa: Real Meʃa Cenʃoria, 1772.
SEKI, Lucy. Línguas indígenas do Brasil no limiar do século XXI. Disponível em: <https://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&rct=j&url=http://www.biolinguagem.com/ling_cog_cult/seki_2000_linguas_indigenas_secxxi.pdf >. Acesso em: 18 jun. 2016, às 08:41.

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