Pular para o conteúdo principal

Dom Casmurro em quadrinhos

Por: Wendell Santos.

“Tu eras perfeito em teus caminhos desde o dia da tua criação.” - Profeta Ezequiel.
Capa.

Certo dia, eu estava visitando a Biblioteca Pública Municipal Antonino Macêdo, em Itamaracá – PE, quando me deparei com certa pilha de livros que estavam disponíveis para doação ao público. Não me demorei e fui logo pegar aqueles que poderiam me interessar. Encontrei Dom Casmurro em quadrinhos, romance de autoria de Machado de Assis (carinhosamente O Bruxo da literatura brasileira) cuja história se passa na segunda metade do século XIX.





A autoria da obra recai não apenas sobre Machado de Assis, mas também sobre o roteirista Ivan Jaf. O segredo para o excelente resultado está descrito na p. 83:
Para adaptar um clássico para os quadrinhos, é necessário conhecer a obra original a fundo, buscar imagens que sirvam de referência e ajudem a recriar a ambientação da época – desde arquitetura, mobiliário, geografia, até costumes e roupas dos personagens. Esse processo demanda muita pesquisa.
A primeira etapa de produção de uma HQ é a elaboração de um roteiro, que seleciona as principais passagens da obra original. No caso de Dom Casmurro, ele foi escrito por Ivan Jaf. Nesse roteiro, as cenas são descritas quadro a quadro, com detalhes sobre cenários, ações, expressões corporais e faciais, entre outros elementos. Além disso, são indicadas variações de planos e ângulos de visão, sugeridas colorizações que ajudem a transmitir o clima desejado, etc. Os diálogos e a narração também são adaptados nessa fase e se transformam, respectivamente, em balões e legendas.
Eu me apaixonei pelo modo como cada um desses balões e legendas foram construídos e como se desenvolvem no enredo. É possível lê-lo em apenas uma tarde. Com arte de Rodrigo Rosa, a obra de 2010 faz parte da coleção Clássicos Brasileiros em HQ, da Editora Ática. Vale a pena conferir!

Referência: JAF, Ivan; ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. São Paulo: Ática, 2012.


Outras fotos:
 
 
 

Comentários

As mais lidas:

Marabá: uma breve análise entre o poema e a vida de Gonçalves Dias

MARABÁ (Parênteses inseridos para esclarecimento de palavras e expressões) Eu vivo sozinha; ninguém me procura! Acaso feitura Não sou de Tupá? Se algum dentre os homens de mim não se esconde: – “ Tu és,” me responde, “ Tu és Marabá!” – Meus olhos são garços, são cor das safiras, – Têm luz das estrelas, têm meigo brilhar; – Imitam as nuvens de um céu anilado, – As cores imitam das vagas do mar! Se algum dos guerreiros não foge a meus passos: “ Teus olhos são garços,” Respondo anojado, mas és Marabá: “ Quero antes uns olhos bem pretos, luzentes, “ Uns olhos fulgentes, “ Bem pretos, retintos, não cor d’anajá ! ” (claros) – É alvo meu rosto da alvura dos lírios, – Da cor das areias batidas do mar; – As aves mais brancas, as conchas mais puras – Não têm mais alvura, não têm mais brilhar. – Se ainda me escuta meus agros delírios: – “ És alva de lírios”, Sorrindo responde, mas és Marabá: “ Quero antes um rosto de jambo corado,

Analisando o discurso do poema "Eu", de Álvaro de Campos

"Fernando Pessoa" por S.A. e Maria José de Lencastre. Antes de tudo: Análise do Discurso é “[…] o estudo da língua sob a perspectiva discursiva” (BRANDÃO, 2009, p. 5). Para Foucault (1972 apud FAIRCLOUGH, 2001, p. 64), “a análise do discurso [está] voltada para a análise de enunciados”, que é considerada uma forma de analisar desempenhos verbais e “diz respeito não à especificação das frases que são possíveis ou gramaticais, mas à especificação sociohistoricamente variável de formações discursivas (algumas vezes referidas como discursos), sistemas de regras que tornam possível a ocorrência de certos enunciados, e não outros, em determinados tempos, lugares e localizações institucionais.” (colchetes inseridos)

Quais são as características de um texto literário?

Com a honrosa coautoria de: Ermírio Simões Batista Segundo Proença Filho (2007), em sua obra A linguagem literária , as características do discurso literário são as seguintes: 1. Complexidade Num texto complexo pode-se identificar metonímias sobre a vida humana. No caso, seriam situações que ocorrem nas relações interpessoais. Assim observa-se uma série de fatores que contribuem para o enriquecimento do texto e o aumento de plurissignificação, exigindo maior esforço por parte do leitor. No texto literário não existe o óbvio. me.to.ní.mi.a s.f. [retórica] Figura de linguagem em que um objeto é designado por uma palavra que se refere a outro, por existir uma relação entre os dois. Quando se “acende a luz”, na verdade se aperta um botão, fechando um circuito elétrico e produzindo luz. Mas se dá o nome do efeito à causa. (7GRAUS, 2017, adaptado) 2. Multissignificação O texto multissignificativo depreende diversos significados que dependerá do