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A Diva das Escadas na Noite de Maria do Céu

Por: Yure de Souza 

Seu nome, Sheila Braga. Sua viagem particular? Encantar os frequentadores do Clube Metrópole com suas performances nas escadarias da New York Street no coração do clube noturno mais badalado de Recife. Pessoalmente, já fiquei eufórico com uma de suas apresentações e, definitivamente, antes apenas Sheila e agora Sheila dos Degraus, a Diva é marca registrada da casa e já houve até festa exclusiva para ela. Como muitos, já me diverti bastante nas festas da Metrópole. Numa única noite, passo por meninos bonitos e alegres, cheios de vida e sensualidade. Uma explosão de luxúria e furor sexual invadem os banheiros e corredores sinuosos que levam a tantos lugares iluminados a neon e lasers, cheiro de uísque misturado a tantos perfumes, tantos cheiros de peles masculinas e femininas ávidas por beijos acalorados e bocas perversas que anseiam encontrar outras bocas. No meio da Babilônia de sentidos e odores e falta completa de pudores, ela reina absoluta, diva, sedutora, sensual e carismática. A Diva dos Degraus deixa sua marca e sempre nos faz lembrar que a noite está repleta de pessoas marcantes, de garotos da zona sul, garotos da zona norte, garotas de todos os lugares da velha e boêmia Recife. Pessoas que mergulham na eterna viagem de entregar seus corpos aos movimentos sensuais dos ritmos frenéticos das badaladas contemporâneas cada vez mais eletrônicas e selvagens em um frenesi que faz que tenhamos todos a noção de que, se a noite é eterna até que Apolo nos ilumine, então, que a Diva da Noite nos abençoe sempre nos degraus da New York Street fazendo com que a festa nunca tenha fim, pois, como também Perséfone vive a luz e as trevas, também nós vivemos entre o dia quente e o tropical de HellCife e a noite abrasadora e sensual comandada por Sheila dos Degraus.
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Yure de Souza é estudante de Letras da Faculdade Frassinetti do Recife - FAFIRE, cineasta e escritor.

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MARABÁ (Parênteses inseridos para esclarecimento de palavras e expressões) Eu vivo sozinha; ninguém me procura! Acaso feitura Não sou de Tupá? Se algum dentre os homens de mim não se esconde: – “ Tu és,” me responde, “ Tu és Marabá!” – Meus olhos são garços, são cor das safiras, – Têm luz das estrelas, têm meigo brilhar; – Imitam as nuvens de um céu anilado, – As cores imitam das vagas do mar! Se algum dos guerreiros não foge a meus passos: “ Teus olhos são garços,” Respondo anojado, mas és Marabá: “ Quero antes uns olhos bem pretos, luzentes, “ Uns olhos fulgentes, “ Bem pretos, retintos, não cor d’anajá ! ” (claros) – É alvo meu rosto da alvura dos lírios, – Da cor das areias batidas do mar; – As aves mais brancas, as conchas mais puras – Não têm mais alvura, não têm mais brilhar. – Se ainda me escuta meus agros delírios: – “ És alva de lírios”, Sorrindo responde, mas és Marabá: “ Quero antes um rosto de jambo corado,

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