A vida aconteceu estranha para mim. Deu-me visões de pessoas que eu não poderia amar. A minha gênese é o alicerce de um pacto com o mundo de que eu o amaria sem que jamais pudesse ser sentido e, por acaso, sendo amado, o mais estranho estaria entre nós.
Hoje o avistei na rua, estava lindo e belo, como sempre. Parece que o conheci um dia desses, pois a sua imagem continua a mesma. A vida o fez seu apogeu, que não pôde ou simplesmente não quis reconhecer-me ao passar à minha direita fazendo-me sentir a nostalgia do perfume que apenas deuses usaram em todo o tempo em que vivi.
Ele é tão frio. Transformou o meu calor em pedras de gelo sem proferir uma palavra. O seu silêncio, sua ignorância... Mutilou-me o coração que agora o enterro aos pedaços numa terra infértil. Restou apenas a tristeza, pois nem mesmo o rancor pôde suportar o vazio frio que ficara dentre em mim. Quando o vejo, sinto-lhe tristeza.
E minha alma, agora, é gélida. Igual a sua.
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