Repentinamente sinto velozmente o sangue correr em minhas veias como a brincar de liberdade, deixando-me em palpitação saturada de 101%. E logo sei: é ela chegando, amiga noite. Enfeito-me, perfumo-me, visto meu corpo nu, e sento em uma poltrona teatral de um espetáculo só meu.
E assim lentamente observo as luzes apagarem-se, fazendo assim visível um palco que e só meu. Aprecio, aplaudo, critico, analiso, dou gargalhadas, sereniso, calo, grito e vai assim passando tempo, hora, minuto e segundo.
E sem perceber, como sucção energética, vou descarregando porcentagem de um ser que se carrega de luz. Logo, vejo agressivamente raios ultravioletas adentrarem a arena, estragando a beleza de um ambiente sereno. Adormeço enquanto os normais rotineiramente efetuam suas obrigações.
E quando o despertar da pulsação de minhas artérias emocionais gritam, logo sorrio levemente, sabendo que, de gozo extasiado, viverei mais uma madrugada de rei da solidão.
~ VALMIR SÁ, em honra à Solidão de O'Hyah.
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