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Êxtase...

Por: Valmir Sá

Repentinamente sinto velozmente o sangue correr em minhas veias como a brincar de liberdade, deixando-me em palpitação saturada de 101%. E logo sei: é ela chegando, amiga noite. Enfeito-me, perfumo-me, visto meu corpo nu, e sento em uma poltrona teatral de um espetáculo só meu.

E assim lentamente observo as luzes apagarem-se, fazendo assim visível um palco que e só meu. Aprecio, aplaudo, critico, analiso, dou gargalhadas, sereniso, calo, grito e vai assim passando tempo, hora, minuto e segundo.

E sem perceber, como sucção energética, vou descarregando porcentagem de um ser que se carrega de luz. Logo, vejo agressivamente raios ultravioletas adentrarem a arena, estragando a beleza de um ambiente sereno. Adormeço enquanto os normais rotineiramente efetuam suas obrigações.

E quando o despertar da pulsação de minhas artérias emocionais gritam, logo sorrio levemente, sabendo que, de gozo extasiado, viverei mais uma madrugada de rei da solidão.

~ VALMIR SÁ, em honra à Solidão de O'Hyah.

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MARABÁ (Parênteses inseridos para esclarecimento de palavras e expressões) Eu vivo sozinha; ninguém me procura! Acaso feitura Não sou de Tupá? Se algum dentre os homens de mim não se esconde: – “ Tu és,” me responde, “ Tu és Marabá!” – Meus olhos são garços, são cor das safiras, – Têm luz das estrelas, têm meigo brilhar; – Imitam as nuvens de um céu anilado, – As cores imitam das vagas do mar! Se algum dos guerreiros não foge a meus passos: “ Teus olhos são garços,” Respondo anojado, mas és Marabá: “ Quero antes uns olhos bem pretos, luzentes, “ Uns olhos fulgentes, “ Bem pretos, retintos, não cor d’anajá ! ” (claros) – É alvo meu rosto da alvura dos lírios, – Da cor das areias batidas do mar; – As aves mais brancas, as conchas mais puras – Não têm mais alvura, não têm mais brilhar. – Se ainda me escuta meus agros delírios: – “ És alva de lírios”, Sorrindo responde, mas és Marabá: “ Quero antes um rosto de jambo corado,

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"Fernando Pessoa" por S.A. e Maria José de Lencastre. Antes de tudo: Análise do Discurso é “[…] o estudo da língua sob a perspectiva discursiva” (BRANDÃO, 2009, p. 5). Para Foucault (1972 apud FAIRCLOUGH, 2001, p. 64), “a análise do discurso [está] voltada para a análise de enunciados”, que é considerada uma forma de analisar desempenhos verbais e “diz respeito não à especificação das frases que são possíveis ou gramaticais, mas à especificação sociohistoricamente variável de formações discursivas (algumas vezes referidas como discursos), sistemas de regras que tornam possível a ocorrência de certos enunciados, e não outros, em determinados tempos, lugares e localizações institucionais.” (colchetes inseridos)

Quais são as características de um texto literário?

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