Há uma parte em mim que sobrevive. A outra, eu já não sinto mais
como naquele dia em que a jovem dos olhos de gato revelara seu
amor a mim embaixo da sombra da grande árvore de folhas amarelas
caindo leve sobre nós.
Oprimido pelos meus próprios desejos e ancejos de um sono melhor,
sigo meus dias e as suas vias sem saber exatamente para onde vou.
Existem grandes possibilidades de me perder nestes caminhos obscuros
não tão fáceis de se decifrar. Sou um menino, apenas um menino, no
final das contas; um coração esmagado pelo abusivo e insaciável
animal humano.
Minhas pernas fracas parecem não me levar a lugar algum ou nem mesmo
elas sabem com precisão para onde caminham com meus pés falhos.
E fico descrente. Descreio do sonho, descreio do amor, descreio de
esperanças e de possibilidades. Descreio.
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