“Cogito, ergo sum.” Não sei em qual contexto se aplica, mas
durante algum tempo encarei esta frase de Descartes como uma verdade,
como que para darmos mais sentido à vida seria necessário pensar,
refletir e duvidar. De modo que viveríamos não só por viver e
enfrentar os efeitos degradantes do tempo no nosso corpo, mas através
da reflexão termos prazer em viver. Assim não restaria (ou
perderíamos) tempo para fazer aquilo que nos proporcionasse alegria.
O tempo passa e as experiências vão sendo adquiridas. A felicidade
consiste em ter uma vida satisfatória que resulta de um emaranhado
de coisas pelas quais (ou contra quais) temos que lutar para termos
um punhado de alegria. Mas me ponho a pensar na frase novamente (que
redundância de minha parte) e digo para mim mesmo: “Se para
existir eu tenho que pensar, por que tem gente que existe, mas parece
que não pensa?”
Estão ouvindo este prantear? É Descartes sem justificativa.
“Penso, logo existo.” Meia verdade. “Penso, logo existo.
Existo, porém não penso.” Absoluta, talvez.
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