Po.lí.ti.ca s.f. Ciência
do governo dos povos. – Dicio, Dicionário Online de Português.
Um governo possível? |
Segundo o que
história nos conta, a política organizada surgiu na Grécia Antiga,
ali ser cidadão não era para qualquer um. O direito de expressão
no que diria respeito à pólis (cidade) era limitado àqueles
que dispunham de poder econômico para então falar mais alto que a
voz de muita gente, no entanto as mulheres não teriam esse
privilégio nem tão cedo, sejam quais forem as circunstâncias.
Pobres e escravos também não usufruíam desse direito, se é que
podia e se pode chamar assim. Desde então, pelo menos ao que se
fala, a política vem se aperfeiçoando e é poeticamente definida,
também, como “a arte de bem governar”.
Embora hoje vivamos
num país que se diga democrático, o Brasil, tem sido meio
complicado conviver entre diferentes opiniões políticas, onde já
não bastam a religião e o futebol, dentre tantas outras “debates
estéreis”. Partidos estão deixando de ser partidos para se tornar
facções e/ou circos graças à criatividade das campanhas.
Infelizmente, políticos e pessoas comuns, os eleitores, têm perdido
o senso do que realmente é democracia, promovendo-se ao ridículo. A
lei e suas lacunas, o cidadão que só assiste televisão como se
fosse uma droga e o político esperto são o pivô de nossas
conturbações. Já não temos mais motivos concretos para escolher A
ou escolher B, a preferência ficou sem sentido.
Num lugar que conheço
bem, as campanhas vieram a ser de pura turbulência, guerra entre
partidos. Como uma guerra civil, mas não contra o Estado. As
munições são ovos, pedras, lixo, agressão verbal etc. Militância
contra militância. Não existem mais projetos, tenta-se convencer
outros por atacar adversários utilizando-se da exposição e
calúnias. Onde estão os seus projetos, planos de governo? O que
pretendes dar continuidade (se é que já fez alguma coisa), o que
trás de novo, essencial e interessante? Não se sabe.
A começar pelo
próprio Estado, sabemos que é lei que uma pessoa só poderá
responder pelos seus próprios atos a partir dos 18 anos de idade, o
que se considera uma idade em que o indivíduo são possui capacidade
intelectual o suficiente para tomar decisões e responsabilizar-se
por atitudes tomadas. De acordo com a mesma lei brasileira, o
adolescente que já possui idade de 16 anos é apto ao voto, pois já
tem mentalidade o suficiente para escolher quem melhor poderá
governar o município, estado ou nação. Contraditório, não? Por
que não uma só idade, 18? Precisamos apenas de uma lei que saia dos
papeis. Seríamos também uma nação mais democrática quando o voto
viesse a ser facultativo a todos. Assim, os votos branco ou nulo não
mais existiriam, afinal de contas só sairíamos de nossas casas
movidos pela convicção e não por interesses pessoais ou temerosos
das consequências do não votar.
Até certo tempo
atrás, candidatar-se a um cargo político era por motivo excepcional
de querer o bem da sociedade. Ser vereador, prefeito, governador,
deputado, senador e talvez até mesmo presidente tornou-se um arranjo
para muitos desempregados e acomodados que veem na política
simplesmente um meio de vida, não uma solução. Muitos são os
espertinhos da nossa comunidade, que conhecem de perto os problemas
do povo e faz promessas deslumbrantes. Os todo-poderosos!
Mas para que todo
esse ciclo vicioso ilusionista se complete é preciso ainda aqueles
que elevarão os poderosos ao cargo – o povo. Os políticos têm
perdido o senso do ridículo por meio de promessas infundadas, a
compra do voto (seja por meio de dinheiro ou aquele típico
favorzinho) e coçar a bunda na cadeira. Isso não aconteceria se as
pessoas entendessem que, apesar de obrigatório, votar é um direito
que o cidadão tem de ESCOLHER aquele que melhor poderá nos
governar. Elegendo um candidato que realmente trabalhe em prol da
sociedade, o povo torna-se também responsável pelo sucesso do
mandato – o elegemos. Da mesma forma, elegendo um político
relapso, somos também culpados pelas suas irresponsabilidades –
visto que o colocamos lá. Todos têm uma parcela culpa –
políticos, o povo e a nossa lei, que se diz cega por imparcial, mas
penso que não.
Não estamos falando
de um favor pessoal, um motivo pessoal. Estamos falando de uma
sociedade. É interessante escolher pelo bem comum, pelo nosso país,
e deixar de lado o contrato que só dura, na maioria das vezes, 4
anos, deixarmos de lado a cesta básica que só dura uma semana, a
dentadura cor de rosa goiaba que vai te incomodar até deixar de
existir e passar a buscar por razões concretas para eleger alguém.
Ah, não sabe? Então, é por que realmente não tem; de fato, essas
razões talvez nem existam. Assim, que tal o BRANCO ou NULO? Muito
dificilmente haverá arrependimento e/ou peso de consciência.
No mais, a política
é bela – na forma que a definem e só, pois a realidade aqui é
outra.
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